terça-feira, 21 de junho de 2011

Sweet news for environment as sustainable sugar comes to market

Sao Paulo, Brazil: A mill in Sao Paulo, Brazil has become the first to have its sugar cane production certified under the new Bonsucro sustainability standard.

“This will change the sugar cane industry forever,” said Kevin Ogorzalek, WWF-US programme officer and Chairman of the Bonsucro Board.

“Sugar is everywhere, on our tables, in our drinks, and in the food we eat. Increasingly sugar cane is in our gas tanks, too. This is why we work with influential market leaders to help ensure key commodities like sugar cane are grown in a manner that assures more sustainable use of natural resources. Through our markets-based approach, WWF will continue working with industry to grow the standard and help preserve the critical habitats at the core of our mission.” 


Major impacts in Amazon and Mekong

Sugar cane is one of the world’s thirstiest crops. Its production can have major impacts on the water supply and quality, globally, and on the ecosystems where it is produced. Major production areas for sugar cane include important global biodiversity regions such as the Mekong and Brazil’s Atlantic Forest. Sugar cane is used as a table sugar, and in the production of foods, sweetened beverages, livestock feed, molasses, bioelectricity and biofuels.

The first certification against Bonsucro’s environmental and social sustainability standard covers production from the Raízen Maracaí Mill, covering more than 130,000 tonnes of sugar and 63,000 cubic metres of ethanol. The first buyer of certified sugar was the local Coca-Cola bottler.

Bonsucro is a global multi-stakeholder initiative dedicated to reducing the environmental and social impacts of sugar cane production which was developed from WWF’s long running Better Sugar Cane Initiative. The Bonsucro standard for better sugar cane management identifies and addresses the most significant social and environmental impacts from sugar cane production in the area of legal compliance, biodiversity and ecosystem impacts, human rights, production and processing, and establishes markers for continuous improvement.

“As part of our efforts to transform the global sugar market to a sustainable basis, WWF will now focus on promoting certification to Bonsucro standards with producers and work with industry leaders and major buyers to make sourcing commitments,” said Ogorzalek.

“Brazil has show great leadership in driving the industry toward a more sustainable business model. WWF remains committed to continue working closely with stakeholders in this region to monitor and continue to improve the standards to ensure they deliver real on the ground conservation results.”



WWF

Sweet news for environment as sustainable sugar comes to market

Sao Paulo, Brazil: A mill in Sao Paulo, Brazil has become the first to have its sugar cane production certified under the new Bonsucro sustainability standard.

“This will change the sugar cane industry forever,” said Kevin Ogorzalek, WWF-US programme officer and Chairman of the Bonsucro Board.

“Sugar is everywhere, on our tables, in our drinks, and in the food we eat. Increasingly sugar cane is in our gas tanks, too. This is why we work with influential market leaders to help ensure key commodities like sugar cane are grown in a manner that assures more sustainable use of natural resources. Through our markets-based approach, WWF will continue working with industry to grow the standard and help preserve the critical habitats at the core of our mission.” 


Major impacts in Amazon and Mekong

Sugar cane is one of the world’s thirstiest crops. Its production can have major impacts on the water supply and quality, globally, and on the ecosystems where it is produced. Major production areas for sugar cane include important global biodiversity regions such as the Mekong and Brazil’s Atlantic Forest. Sugar cane is used as a table sugar, and in the production of foods, sweetened beverages, livestock feed, molasses, bioelectricity and biofuels.

The first certification against Bonsucro’s environmental and social sustainability standard covers production from the Raízen Maracaí Mill, covering more than 130,000 tonnes of sugar and 63,000 cubic metres of ethanol. The first buyer of certified sugar was the local Coca-Cola bottler.

Bonsucro is a global multi-stakeholder initiative dedicated to reducing the environmental and social impacts of sugar cane production which was developed from WWF’s long running Better Sugar Cane Initiative. The Bonsucro standard for better sugar cane management identifies and addresses the most significant social and environmental impacts from sugar cane production in the area of legal compliance, biodiversity and ecosystem impacts, human rights, production and processing, and establishes markers for continuous improvement.

“As part of our efforts to transform the global sugar market to a sustainable basis, WWF will now focus on promoting certification to Bonsucro standards with producers and work with industry leaders and major buyers to make sourcing commitments,” said Ogorzalek.

“Brazil has show great leadership in driving the industry toward a more sustainable business model. WWF remains committed to continue working closely with stakeholders in this region to monitor and continue to improve the standards to ensure they deliver real on the ground conservation results.”


Usina de Belo Monte já faz desmate crescer em Altamira

O município de Altamira, no Pará, onde será construída a hidrelétrica de Belo Monte, foi o campeão de desmatamento na Amazônia em maio. Os dados são da ONG Imazon e podem refletir uma pressão sobre a floresta devido à expectativa de construção da usina, que recebeu licença de instalação no começo deste mês

O SAD, sistema de monitoramento de desmatamento via satélite desenvolvido pelo Imazon, detectou um crescimento da devastação amazônica de 72% no mês passado em relação a maio de 2010. Em toda a região foram perdidos 165 quilômetros quadrados de floresta.

Houve, porém, queda em relação a abril, quando o corte raso sofreu uma explosão de 362% e chegou a quase 300 quilômetros quadrados.
Altamira desmatou sozinha 22 quilômetros quadrados no mês. Segundo Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon, a expectativa da construção de Belo Monte é o fator que melhor explica o dado.

"O desmatamento está concentrado perto da sede, e não em outras regiões do município", afirmou. Altamira é o maior município do mundo em área.
Em segundo lugar na lista de desmatadores do mês de maio está Porto Velho, que também abriga mega-hidrelétricas (Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira).

O Inpe divulga nesta quarta-feira as estatísticas de desmatamento do sistema Deter, que usa imagens dos mesmos satélites que o sistema do Imazon, mas um processamento diferente. Os dados devem mostrar queda no desmatamento em maio.

Segundo Veríssimo, é cedo para comparar as tendências entre os dois sistemas, porque as metodologias são diferentes e a cobertura de nuvens na Amazônia ainda está alta -- foi de 47% em maio. "Mas acho que vamos terminar o ano [os dados são coletados de agosto a julho] com tendência de alta, mais perto de 8.000 quilômetros quadrados do que dos 6.000 do ano passado", disse o pesquisador.

CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA


sexta-feira, 17 de junho de 2011

Imazon: Desmatamento da Amazônia aumentou 72% em maio de 2011

O desmatamento da floresta Amazônica em maio desse ano foi de 165 quilômetros quadrados. Se comparado com os 96 quilômetros quadrados desmatados no mesmo mês do ano passado, o dado representa um aumento de 72%. As informações são do Boletim Transparência Florestal, divulgado hoje (17) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

O Estado que mais desmatou foi o Pará, responsável por 39% do desmatamento total, seguido por Mato Grosso (25%) e Rondônia (21%).  O restante ocorreu no Amazonas (12%), Tocantins (2,5%) e Acre (0,1%).

Em maio de 2011, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) monitou apenas 47% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 53% do território estavam cobertos por nuvens o que dificultou o monitoramento na região central e norte do Pará, e nos Estados do Amapá e Roraima que tiveram mais de 80% da área florestal coberto por nuvens.

O desmatamento acumulado no período de agosto de 2010 a maio de 2011, correspondendo aos dez primeiros meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 1.435 quilômetros quadrados.  Houve um aumento de 24% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010) quando o desmatamento somou 1.161 quilômetros quadrados.

As florestas degradadas na Amazônia Legal - áreas em que a mata é explorada ou queimada, mas não totalmente derrubada - somaram 248 quilômetros quadrados em maio de 2011.  Desse total, 42% ocorreu em Mato Grosso, seguido pelo Pará (27%), Rondônia (22%), Amazonas (7%), Tocantins (1,5%), e Acre (0,5%).

A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2010 a maio de 2011 totalizou 6.081 quilômetros quadrados.  Um aumento de 363%, em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a degradação somou 1.312 quilômetros quadrados.

Carbono Afetado pelo Desmatamento

O Imazon também realiza o levantamento do carbono florestal comprometido pelo desmatamento.  Em maio de 2011, foram 2,8 milhões de toneladas (com margem de erro de 303 mil toneladas).  Isso representa um aumento de 55,6% em relação a maio de 2010 quando o carbono florestal afetado foi de 1,8 milhões de toneladas.

Em relação ao período acumulado, de agosto de 2010 a maio de 2011, foi de 22,8 milhões de toneladas (com margem de erro de 587 mil toneladas).  Em relação ao mesmo período do ano anterior (agosto de 2009 a maio de 2010) houve um aumento de 5,7% na quantidade de carbono comprometido pelo desmatamento.

O aumento relativo (10,1%) do carbono florestal afetado pelo desmatamento no período de agosto de 2010 a maio de 2011 em relação ao período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010) foi menor do que o aumento relativo de 24% do desmatamento detectado pelo SAD durante o mesmo período.  Isso sugere que o desmatamento esse ano está ocorrendo em áreas com menores estoques de carbono florestal.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Brasil vai sofrer 'explosão' de focos de queimada em 2011, diz governo


Alta no desmatamento fomenta queimadas em áreas já devastadas.
Mato Grosso deverá ser uma das regiões mais afetadas por incêndios.

Com a proximidade do período de estiagem no Brasil, que inicia em junho e segue até setembro, o governo federal prevê uma ‘explosão’ de queimadas em 2011, principalmente em Mato Grosso, estado responsável pelo maior índice de desmatamento neste ano.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pela gestão do Prevfogo, sistema nacional de prevenção aos incêndios florestais, áreas de mata nativa que foram derrubadas podem ser atingidas por incêndios clandestinos, no intuito de limpar terrenos para dar espaço à agricultura.
“A região Centro-Oeste é a que mais poderá sofrer com isso. O fogo é a forma de manejo mais utilizada para limpeza de terrenos antes da implantação de pastagem. O Mato Grosso poderá registrar mais ocorrências porque até agora é o estado que mais desmatou”, afirmou José Carlos Mendes de Morais, coordenador do Prevfogo.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dos 593,0 km² de desmatamento detectados entre março e abril na região da Amazônia legal, 480,3 km² ficam em Mato Grosso. Uma das regiões mais afetadas foi a fronteira entre o Cerrado e a Amazônia.
“Essas áreas estão embargadas e nada poderá ser feito porque houve o desmatamento ilegal. Nós aumentamos nossa fiscalização no Mato Grosso, onde há vários casos de fragilidade, e ainda analisamos ocorrências graves em Rondônia, Tocantins e Pará, estados que no ano passado registraram grandes quantidades de queimadas”, disse Morais.
O Prevfogo conta com 2.500 funcionários entre analistas, brigadistas e técnicos. "É um apoio do governo federal às esferas estadual e municipal no combate às queimadas", complementou o coordenador do sistema de prevenção aos incêndios.
Dados
Levantamento feito pelo Ibama no estado de Rondônia já aponta um crescimento de 10% nos casos de queimada entre janeiro e junho deste ano. De 1º de janeiro a 13 de junho de 2010, foram registrados 306 focos de calor no estado.
No mesmo período de 2011 já são 338, principalmente nas margens de rodovias federais, o que dificulta o combate.
No Brasil, foram registrados no ano passado 133.149 focos de incêndio detectados por satélites, a maioria concentrada no Mato Grosso (35 mil), Tocantins (18 mil) e Pará (17 mil).
“Isso acontece quando há pouca chuva. Não foi recorde histórico, mas acredito que este ano o número será bem maior em virtude do alto desmatamento”, afirmou o coordenador do Prevfogo.
Segundo Philip Fearnside, pesquisador de ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), áreas do estado do Amazonas também serão atingidas pelas queimadas, mas a partir de agosto.
"É a forma encontrada pelos agricultores para adicionar mais pH ao solo para a agropecuária. Sabemos que o avanço do desmatamento vai causar também o avanço nas queimadas, isto é fato”, disse o especialista.
O especialista afirma que grande parte dos animais e árvores não sobrevive aos incêndios ou simplesmente desaparece das áreas devido às poucas chances de regeneração. "Ainda estamos longe do pico dos incêndios e acredito que eles só vão aumentar ano após ano devido ao avanço na devastação das florestas", disse Fearnside.
Eduardo CarvalhoDo Globo Natureza, em São Paulo

terça-feira, 14 de junho de 2011

Produção agrícola não depende de aumento de áreas cultiváveis

Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento preveem um crescimento de 23% na produção de alimentos (grãos) entre a safra 2010-2011 e 2020-2021 e um aumento de 9,5% da área plantada.  

Os números apresentados nesta terça-feira pelo governo mostram que o crescimento da produção agrícola não depende do aumento das áreas agricultáveis --diferentemente do que defendiam os ruralistas, que argumentam que seria necessário modificar o Código Florestal para expandir a produção de alimentos.

Segundo o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, "não é preciso derrubar nenhuma árvore" para produzir mais grãos ou aumentar áreas de pastagem para pecuária de corte.
O ministério contabiliza a existência de 120 milhões de hectares "já antropizados" (desmatados) que podem ser recuperados para atividade agrícola ou para o ambiente.

De acordo com Rossi, a principal demanda pela mudança do Código Florestal é de "segurança jurídica", ou seja, em relação à cobrança de multas a quem desmatou irregularmente, prevista em lei, mas considerada inviável pelos produtores rurais que buscam anistia.
Segundo o ministro, o resultado da votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados "acabou igualando quem fez tudo legalmente e quem fez de forma ilegal", o que desagradou a presidenta Dilma Rousseff.

Segundo ele, a presidente vai anunciar juntamente com o lançamento do Plano Safra 2011-2012, marcado para a próxima sexta-feira (17), em Ribeirão Preto (SP), a recuperação de pastagem para pecuária de corte e a recuperação de canaviais.


DA AGÊNCIA BRASIL





Produção agrícola não depende de aumento de áreas cultiváveis

Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento preveem um crescimento de 23% na produção de alimentos (grãos) entre a safra 2010-2011 e 2020-2021 e um aumento de 9,5% da área plantada.  

Os números apresentados nesta terça-feira pelo governo mostram que o crescimento da produção agrícola não depende do aumento das áreas agricultáveis --diferentemente do que defendiam os ruralistas, que argumentam que seria necessário modificar o Código Florestal para expandir a produção de alimentos.

Segundo o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, "não é preciso derrubar nenhuma árvore" para produzir mais grãos ou aumentar áreas de pastagem para pecuária de corte.
O ministério contabiliza a existência de 120 milhões de hectares "já antropizados" (desmatados) que podem ser recuperados para atividade agrícola ou para o ambiente.

De acordo com Rossi, a principal demanda pela mudança do Código Florestal é de "segurança jurídica", ou seja, em relação à cobrança de multas a quem desmatou irregularmente, prevista em lei, mas considerada inviável pelos produtores rurais que buscam anistia.
Segundo o ministro, o resultado da votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados "acabou igualando quem fez tudo legalmente e quem fez de forma ilegal", o que desagradou a presidenta Dilma Rousseff.

Segundo ele, a presidente vai anunciar juntamente com o lançamento do Plano Safra 2011-2012, marcado para a próxima sexta-feira (17), em Ribeirão Preto (SP), a recuperação de pastagem para pecuária de corte e a recuperação de canaviais.



Índios que protestaram em hidrelétrica do Nortão querem 5% do lucro

O mais de 200 índios de diferentes etnias que fizeram protesto na Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) Dardanelos, em Aripuanã, querem a participação de 5% no lucros da produção de energia. 


Audiências com representantes do governo federal para tratar da legalidade foi o acordo acertado para que deixassem as instalações, de acordo com o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio em Juína, Antônio Carlos Ferreira de Aquino. "Eles querem este percentual de participação de forma permanente", disse, em entrevista ao Só Notícias. 




De ante mão, ele ressaltou que empresa informou não ter condições de atender ao pedido dos grupos indígenas. Nas audiências, marcadas para dias 27 e 28, na sede da Funai em Brasília, as obrigações dos indígenas e da empresa serão colocadas em pauta, e se, realmente, o pedido de participação no lucros é legal. Deverão estar presentes membros dos Ministérios de Minas e Energia, Justiça e Meio Ambiente, Ministério Público Federal, Casa Civil e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O empreendimento, que tem capacidade para gerar 261 megawatts de energia a partir do rio Aripuanã, foi concluído ano passado, após três anos de obras, mas ainda não está em operação. Falta viabilizar uma linha de transmissão ao Sistema Nacional de Energia.

Os índios também querem a cessão de dois ônibus e a construção de moradias, que foram prometidas no Plano Básico de Meio Ambiente, para compensar os danos causados pela obra a cerca de 1 mil indígenas da região. O acordo foi feito durante o processo de negociação para construção da usina, mas ainda não foram cumpridos. Conforme Só Notícias informou, os índios deixaram a hidrelétrica, onde estavam desde quarta-feira (8), neste final de semana.


Weverton Correa 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Governo do Amazonas rebaixa categoria de unidade de conservação

Parque Estadual Nhamundá, uma das poucas áreas de várzea protegida no baixo rio Amazonas, vira APA Guajuma, que permite realização de obras de grande impacto

O rebaixamento de uma unidade de conservação no Amazonas promovida pelo governo do Estado vem sendo questionado pelo Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas e por especialistas e ambientalistas.
No mês passado, o Parque Nacional Nhamundá, a primeira unidade de conservação criada no Amazonas, em 1989, perdeu o antigo status e foi transformado em Área de Proteção Ambiental Guajuma. Esta categoria é a menos restritiva de todas as unidades de conservação mantidas pelo governo estadual.
A agora APA Guajuma fica localizada no município de Nhamundá (a 381,46 quilômetros de Manaus), na divisa com o Pará, área de forte pressão mineradora e agropecuária.
A APA também é itinerário do Linhão de Tucuruí, obra de transmissão de energia que vai cortar sete municípios do Amazonas, até Manaus.
A decisão do governo do Amazonas foi publicada no dia 9 de maio no Diário Oficial do Estado. 
Várzea
O coordenador da ong Fundação Vitória Amazônica (FVA), Carlos César Duringan, destaca que o antes Parque Estadual Nhamundá é onde está localizada uma das últimas áreas de floresta de várzea da calha do médio rio Amazonas ainda preservada da Amazônia.
Nesta semana, o MPF do Amazonas instaurou inquérito e fez recomendação para que o governo do Estado não cumpra a lei 131/2011 sem antes submeter a proposta de recategorização da unidade de conservação à consulta pública da qual participem membros da comunidade científica e organizações não-governamentais ambientais.
O MPF/AM questiona a alegação de que o local foi ocupado por fazendas de gado e que, por conta dessa situação, foi preciso mudar a categoria.
No entendimento do MPF, além das ameaças à biodiversidade do local, as comunidades rurais que vivem na agora APA Guajuma correm o risco de “ceder, no devido tempo, seus lugares de vida à expansão da pecuária dos outros”.
Mosaico
Carlos César Durigan alertou para o fato de que uma decisão como esta pode gerar “um precedente ruim” para as outras áreas protegidas no Amazonas.
“Quer dizer que se acontecer um empecilho, simplesmente a lei anterior, que cria a unidade de conservação, pode ser revogada? Ficará à mercê das decisões políticas sem consultas públicas? Já está se comentando que outras áreas protegidas podem ser reduzidas. Ninguém é contra esses processos, mas é preciso respeitar estas áreas”, observou.
Segundo Durigan já havia uma proposta de transformar a área, devido ao avanço da degradação, em um mosaico de áreas protegidas de diferentes categorias.
Em um encontro realizado em abril passado no município de Parintins, vizinho de Nhamundá, com extrativistas, surgiu a ideia de iniciar uma mobilização em defesa do mosaico. A proposta tornou-se inviável com a decisão do governo estadual em mudar a categoria da UC.
A pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Rita Mesquita, contou que há vários anos o Parque Estadual Nhamundá vinha sofrendo,  um processo de ocupação irregular atrelado à expansão da pecuária.
Quando era secretária adjunta de meio ambiente, em 2006, Rita conta que propôs a criação do mosaico para impedir o avanço da ocupação. A ideia foi submetida ao Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc) do Amazonas.
Ela conta que duas expedições foram realizadas ao local e a criação do mosaico era a principal demanda das comunidades tradicionais, que reivindicaram o uso dos direitos da terra na forma de unidade de uso sustentável.
Segundo Rita, após análise, apenas uma parte do parque poderia ser transformado em APA e não em sua totalidade.
Para a pesquisadora, os dois principais motivos de mudança da categoria estão vinculados à construção do Linhão do Tucuruí e, sobretudo, aos interesses de exploração minerária na fronteira da agora APA Guajuma.
Mineração
A fronteira da APA Guajuma tem grande potencial de mineração, especialmente de exploração de bauxita e calcário.
Já existem estudos sendo realizados pela multinacional Alcoa, na área do município de Juruti (PA) e pela empresa Sanava, em Nhamundá. Os dois municípios são vizinhos.
As informações são do secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos do Amazonas, Daniel Nava, que, no entanto, afirma que a mudança na categoria da unidade de conservação nada tem a ver com estes estudos.
Ele enfatizou que as áreas de estudos estão na fronteira, mas não dentro das unidades.
Segundo Nava, há políticas públicas sendo elaboradas para promover “sinergia"entre os programas de unidade de conservação e programas econômicos.
Ele afirmou que, futuramente, os estudos da Alcoa nas reservas de bauxita deverão ser estendidos para Nhamundá.
Demanda
A titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Nádia Ferreira, disse que mudança na categoria de unidade de conservação é resultado de uma demanda das 607 famílias que vivem na área.
O surgimento das cinco comunidades, além da construção de um aeroporto no meio da APA Guajuma, ocorreram após a criação do Parque Nhamundá, quando ainda não havia política de gestão para estas localidades, segundo Nádia.
“No decorrer dos anos, mudou a pressão e isto pode acontecer com qualquer unidade de conservação. Daí a importância do poder estadual de acompanhar e monitorar as áreas para que isto não ocorra novamente”, disse ela.
Conforme Nádia, desde 2007 a SDS vem realizando consultas no município e obteve aprovação das famílias, que ocuparam irregularmente a UC, para a transformação da categoria.
“Há um novo contexto. Têm comunidades, atividades da pecuária. E o que isso gera? Gera problema social porque aquelas famílias estavam tendo problemas para pegar financiamento no banco. É uma demanda legítima. A mudança não tem nada a ver com o Linhão de Tucuruí”, disse ela.
A secretária afirmou ainda que, futuramente, a SDS pretende aprofundar os estudos para “trabalhar o melhor uso dos recursos naturais e o seu melhor uso da APA Guajuma”.

ELAÍZE FARIAS

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Novo Código Florestal aumentaria em 47% o desmate até 2020, diz UNB


Estudo diz que novo CF pode derrubar 17 mil km² de mata em nove anos.
Pesquisadores compararam dados de devastação referentes a 2008.

Caso o novo Código Florestal for adotado pelo governo brasileiro da maneira em que está, o desmatamento no país pode aumentar 47% até 2020. A informação foi apontada em um estudo elaborado por pesquisadores da Universidade de Brasília, em parceria com cientistas da Holanda e da Noruega.
O projeto chamado Lupes (Política de uso da terra e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento, na tradução do inglês) se baseia no total desmatado no país em 2008. Estima-se que se a atual lei, que estipula regras para a preservação ambiental em propriedades rurais, vigorasse até 2020, seria derrubado no país 1,1 milhão de hectares de floresta (11 mil km²) a mais que em 2008.
Entretanto, caso a legislação aprovada na Câmara entre em vigor, o desmate poderá ser 1,7 milhão de hectares (17 mil km²) superior ao total registrado há três anos, ou seja, o Brasil perderia até 2020 uma área de florestas equivalente a três vezes o tamanho do Distrito Federal.
Para se chegar a este índice, os pesquisadores analisaram desde 2007 uma região entre o centro-norte do Mato Grosso e a porção Sul do Pará. Esta área, com extensão de 1.200 km² (equivalente ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro) passa por expansão da fronteira agrícola em direção à Amazônia e é cortada pela BR-163, estrada federal que liga Cuiabá a Santarém.
“O objetivo era avaliar o impacto das políticas públicas sobre o uso da terra. Esta área pode proporcionar uma alta no desmate da Amazônia devido às melhorias na rodovia. Seria facilitado o acesso à mata fechada”, afirmou Saulo Rodrigues Filho, vice-diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UNB e coordenador da pesquisa.
Ainda segundo Rodrigues Filho, foram realizados cálculos matemáticos na pesquisa (que custou cerca de R$ 275 mil, bancados pela União Européia). Através desta estatística foi possível relacionar que o aumento do preço de commodities como a soja e a carne de boi se correlaciona de forma ‘perfeita’ com a taxa de desmatamento.
“Analisamos o impacto das políticas públicas de 1995 até 2010. Se a soja ou a carne bovina sofre uma alta no mercado internacional, o desmatamento aumenta na região da Amazônia Legal, porque haverá uma procura maior por essas culturas”, disse o pesquisador.
Impacto
Elaborado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PC-do B/SP), a nova legislação foi aprovada no último dia 24, em votação realizada na Câmara, em Brasília. Criticado por ambientalistas e por membros do governo, alguns itens aprovados foram:
- Pequenas propriedades rurais de até quatro módulos fiscais, que podem variar de 20 a 400 hectares, ficam isentas de ter a reserva legal. Nas maiores, a reserva deve abranger entre 20 e 80% da propriedade, dependendo da região.
- Fica permitido incluir as áreas de preservação permanente na soma da reserva legal.
- Quem desmatou APP na margem de rio, que é de 30 metros, deve recompor apenas 15 metros.
De acordo com o professor da UNB, o aumento da devastação da Amazônia Legal na comparação entre agosto e abril de 2009/2010 e 2010 /2011 é uma demonstração de que a mudança no governo (eleição da presidente Dilma Rousseff) e na legislação sobre o uso do solo já causou uma aceleração neste processo.
Dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta um aumento de 27% no desmatamento entre os períodos (1457 km² entre 2009/2010 e 1848 km² entre 2010/2011).
“Essa flexibilização para os proprietários rurais, diminuição da reserva legal e redução das APPs (Áreas de Proteção Permanente) só vai diminuir a preservação. Era previsível que a revisão do código traduzisse em uma transgressão ambiental consentida”, afirmou Rodrigues Filho.
Código
O texto estabelece ainda que a União, estados e o Distrito Federal deverão criar programas de regularização ambiental para as propriedades rurais. Outro ponto polêmico foi a aprovação da emenda que garante a manutenção do plantio consolidado até julho de 2008 nas APPs de rios, encostas e topos de morro.
O governo não queria aprovar a emenda do jeito que estava e vai tentar derrubá-la (ou modificá-la) no Senado. A tramitação e análise do projeto com os senadores deve demorar mais seis meses.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dilma vai adiar cobrança de multa a desmatadores


Ela vai assinar decreto adiando punição em seis meses, afirmou. 
Líder do governo no Senado quer tempo para votar Código Florestal. 

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou nesta quinta-feira (9) que a presidente Dilma Rousseff concordou em prorrogar em seis meses o início da cobrança de multas a produtores que tenham desmatado áreas de preservação até 2008.Segundo Jucá, Dilma vai assinar um decreto adiando a punição entre esta quinta e sexta (10). A assessoria do Palácio do Planalto não confirma se a presidente já assinou o documento. O senador contou que entregou a Dilma um documento assinado por líderes da base e da oposição pedindo que ela mantivesse a suspensão das multas por 180 dias para que o Senado tenha tempo de votar o projeto que altera o Código Florestal.


“Conversei com a presidente ontem. Entreguei um documento assinado pelos líderes da base e da oposição solicitando um prazo para debater o Código Florestal. A presidente concordou e deve assinar entre hoje e amanhã [o decreto]. Está tudo muito bem encaminhado”, afirmou.


Vence neste sábado (10) o decreto 7.029 de dezembro de 2009, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que estabelece a data de 11 de junho de 2011 para o início da cobrança de multas aos desmatadores.Fontes do governo já haviam dito que a presidente só iria decidir se editaria um novo decreto com a mesma finalidade às vésperas da medida de Lula vencer.