quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Divulgação da queda do desmate na Amazônia rebate críticas


A divulgação da queda do desmatamento da Amazônia na segunda-feira foi um movimento reativo do governo Dilma.


O governo buscou responder às críticas que o país vem sofrendo na conferência do clima de Durban, a COP-17, devido ao Código Florestal.
Os dados surpreenderam ao governo: o Deter, o sistema de alerta em tempo real do Inpe, apontava que, neste ano, haveria um aumento de 15% na taxa de desmate que seria dada pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal).
Diante da suspeita de má notícia, o Planalto tinha decidido divulgar os dados só depois da COP-17, que acaba no próximo sábado (9).

Mas o refinamento dos dados mostrou que houve queda de 11% no desmatamento em relação aos 7.000 km2 derrubados em 2010, que já eram a taxa mais baixa da história.
A queda em si resultou de uma reação: após o desmate explodir em abril, o Ibama segurou as motosserras em Mato Grosso. Já em Rondônia, onde o desmatamento dobrou entre 2010 e 2011, a reversão na queda resultou de uma ação do próprio governo: a construção das novas hidrelétricas do rio Madeira.

É a primeira vez desde a criação do Deter, em 2004, que os dois sistemas do Inpe dão tendências opostas.
A divergência se deve ao tipo de imagem captada pelo Deter. O sistema só detecta desmatamentos grandes.

A diferença entre esse sistema e o Prodes fica em torno de 15% a 20% --portanto, os 6.238 km2 da estimativa de desmate divulgada anteontem estão na margem de erro. Quando os números forem consolidados, no ano que vem, essa estimativa deve ser revisada para cima.


CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN

Nenhum comentário:

Postar um comentário