segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pré-sal triplicará emissão de gases


Extração de petróleo deve pôr o Brasil em terceiro lugar entre os maiores responsáveis pelo efeito estufa, atrás da China e Estados Unidos
A exploração de petróleo do pré-sal deverá colocar o Brasil na terceira posição entre os maiores emissores de gases do efeito estufa até 2020, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Atualmente, o país é o sexto colocado. A previsão foi feita pelo Greenpeace com base em vários estudos elaborados pelo governo federal, pela Petrobras e por pesquisadores de mudanças climáticas. A estimativa é de que as emissões brasileiras tripliquem a partir da extração de uma nova grande fonte de combustíveis fósseis e da queima desse óleo em veículos e indústrias.
A exploração e a queima do petróleo atualmente seriam responsáveis por liberar 321 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2 eq) ao ano. Com a perspectiva de aumentar a produção de combustível fóssil dos atuais 2 milhões de barris diários para 4,5 milhões em 2020, as emissões de gases do efeito estufa em consequência do petróleo passariam a ser de 956 milhões de toneladas de CO2 eq anuais, calcula o Greenpeace. Atualmente, a queima de combustíveis fósseis equivale a 12% das emissões de gases no Brasil, mas com o crescimento da produção de petróleo e a redução de outros tipos de liberação, como o desmatamento, pode chegar a quase metade das emissões em 2020.
O carbono é nosso
Todos esses números estão no estudo O carbono do petróleo é nosso, elaborado pelo Greenpeace. Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia da ONG, destaca que o levantamento considerou a emissão de gases em todo o processo de extração e uso do petróleo, que inclui a extração, o transporte, o refino e a queima no consumo final. Por enquanto, a única opção apresentada pelas petroleiras para reduzir o impacto ambiental é um sistema que devolve para o subsolo o gás natural que escapa na perfuração dos poços. Chamada de CCS, essa tecnologia é cara e ainda pouco testada.
O físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo e integrante do Painel Intergover­namental sobre Mudanças Cli­­máticas, da Organização das Nações Unidas, destaca que não existem estudos conclusivos sobre a quantidade de petróleo no pré-sal nem sobre a emissão de gases decorrente da exploração do combustível fóssil. Ele destaca que o aumento da emissão vai depender da quantidade extraída, da eficiência do processo e também do refino e uso final do combustível fóssil a ser extraído. “A exploração em alto mar tem uma emissão muito pequena comparada à queima no consumo”, frisa.
Leia matéria completa em Gazeta do Povo


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