A exploração da área, localizada predominantemente no Pará (Itaituba, Jacareacanga e Novo Progresso) e em pequena parte do sudeste do Amazonas, iniciou no ano de 1958, com produção inicial estimada de 600 toneladas. A atividade atingia, durante as três primeiras décadas de extração, apenas as camadas superficiais das fontes. Dados oficiais do Serviço Geográfico do Brasil (CPRM) de Belém apontam uma produção de 90 toneladas de ouro entre 1985 e 1995. Em 2003, o número caiu para 4 toneladas. Já em 2007, a produção garimpeira oficial do local representou 63% do total do Estado do Pará.
Atualmente, a SEMGRH calcula que cerca de 60 mil garimpeiros legalizados atuem na Província. Segundo o gerente de geologia e reconhecimento hidrográfico do CPRM de Manaus, Marcelo Almeida, empresas negociam com garimpeiros locais há cerca de cinco anos para a comercialização do mineral. Segundo ele, as companhias pagam subsídios à União e os montantes são revertidos a instituições de pesquisas.
As empresas, porém, não estão diretamente ligadas à extração do mineral – pelo menos por enquanto. De acordo com o assessor especial do superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Fred Cruz, a empresa Mapex está em processo de análise da área do Paruari, próximo ao município de Maués (AM), para a viabilização de extração mais profunda de ouro.
Após a conclusão dos estudos, a empresa deve encaminhar os documentos finais ao Departamento. A partir daí, o DNPM realizará fiscalizações nos locais de pesquisa para confirmar os dados. Mesmo com a comprovação da viabilidade das ações mais profundas, Cruz alertou que nada será autorizado pelo órgão sem a permissão prévia do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Fiscalização
No Amazonas, as atividades irregulares na reserva preocupam as autoridades. Em entrevista ao portalamazonia.com, o titular da SEMGRH, Daniel Nava, falou sobre os planos de monitoramento das rodovias Transamazônica (BR-230) e Cuiabá-Santarém (BR-163). “Existem estudos realizados pelas Universidades e Institutos de Pesquisa da Amazônia que caracterizam os impactos da atividade pelo uso inadequado do mercúrio e contaminação de solos, rios, peixes e comunidades ribeirinhas. O Governo do Amazonas deverá realizar, ainda no primeiro trimestre de 2012, vistorias nos municípios de Maués e Apuí, que fazem barreira com os Estados do Pará e Mato Grosso”, explicou.
As ações devem contar com o apoio do DNPM, da Policia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Ipaam e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Diego Toledano - portalamazonia@redeamazonica.com.br