Se as atuais taxas de consumo forem mantidas, dentro de 50 anos o mundo não terá mais petróleo, afirma relatório do banco britânico HSBC. A crescente demanda dos países em desenvolvimento ameaça criar elevações dos preços do óleo muito significativas, de maneira que substitutos, como os biocombustíveis, possam servir como alternativas viáveis, alerta o estudo.
“Estamos confiantes de que restam cerca de 50 anos de óleo”, disse Karen Ward, economista sênior do banco global, em entrevista ao canal de televisão CNBC.
O segundo maior banco do mundo em ativos advertiu ainda que as tendências de crescimento nos países em desenvolvimento, como a China, poderiam colocar até um bilhão de carros a mais nas ruas até meados do século. “Isso é uma tremenda pressão sobre o óleo para alimentar todos esses recursos”, analisa o economista.
Entre as fontes alternativas recomendadas como viáveis pela pesquisa estão os biocombustíveis e o petróleo sintético, feito a partir de carvão, o qual poderia preencher a lacuna de deixada pelos combustíveis fósseis, mas isso só seria aplicado se os preços médios do petróleo ultrapassarem US$ 150 o barril, observou o relatório. “Cada vez mais o abastecimento global se vê apertado e reduzido, entretanto, a tendência é de forçar persistentes e dolorosos choques de preços”, afirmou.
A pesquisa do HSBC mostra ainda que, mesmo sem escassez no abastecimento de petróleo, a distribuição desigual dos recursos energéticos restantes provavelmente vai alterar o equilíbrio do poder econômico global nas próximas décadas. Ela estima que o maior perdedor neste sentido será a Europa, onde a escassez de energia pode prejudicar de forma significativa o crescimento econômico até meados do século. “Os países europeus podem estar perdendo sua influência no cenário mundial justamente no momento em que estão mais vulneráveis”, diz o relatório.
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