terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Renováveis respondem por metade da matriz energética no país, diz Ipea


Análise também diz que dependência do petróleo ainda será 'forte' em 2030.
Participação da energia eólica cresceu no Brasil, mas solar ainda é tímida.




Análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta terça-feira (15) aponta que a oferta de energia no Brasil segue dividida entre fontes poluentes e não poluentes.
Tendo como referências planos do governo para a área energética, como o Balanço Energético Nacional, o Plano Decenal de Expansão de Energia 2008-2017 e o Plano Nacional de Energia 2030, o texto faz um balanço sobre a matriz energética brasileira atual e destaca ações que considera importantes para deixar o cenário mais sustentável no futuro.
"O Brasil tem sido exemplo mundial no uso de energias renováveis ao manter, desde os anos 1970 até 2009, matriz energética que oscila entre 61% (1971) e 41% (2002) originada de fontes renováveis", indica a análise.
Em 2008, a parcela de energias renováveis no país foi de 45,9%, "bastante superior à média global, de 12,9%", segundo o texto. As renováveis incluem a participação de hidrelétricas e produtos da cana-de-açúcar, como o etanol e o bagaço, além do carvão vegetal e a lenha.
Apesar disso, o relatório diz que "continuará forte a dependência do petróleo na matriz, até 2030".  A energia gerada a partir desta fonte não renovável deverá responder por pelo menos um terço do total nos próximos 20 anos, destaca o texto. "A matriz passou de altamente dependente de lenha e carvão vegetal para altamente dependente do petróleo, a partir da década de 1940, quando se alavancou a industrialização do país", diz o relatório.
A análise do Ipea ainda indica redução "pequena" no percentual de participação de fontes renováveis até 2030, sobretudo considerando a dimuição da fonte hídrica, mesmo com a construção de novas hidrelétricas, e o aumento da capacidade a partir de usinas térmicas.
Segundo o texto, a participação da energia eólica cresceu no país nos últimos anos e a opção mostra-se hoje como economicamente viável. Já o setor da energia solar ainda é "tímido", diz o relatório, e sua participação na matriz brasileira é hoje considerada residual.
O texto também avalia a influência no setor na poluição atmosférica. "Por ser uma atividade naturalmente impactante", aponta o relatório, "o setor energético é responsável por quase 10% de todo o consumo final de energia no país." Dessa forma, o setor responde por cerca de 16% das emissões nacionais de gases de efeito estufa no Brasil.
O Ipea ainda indica que a previsão de investimentos na área de geração de energia, "inclusive em atividade com grande impacto ambiental", não estão vinculados com a área de meio ambiente. Para os técnicos do instituto, seria "desejável" que os dois assuntos fossem tratados em conjunto.


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