A energia eólica é uma energia limpa e renovável que vem aumentando de produção no mundo inteiro. As turbinas eólicas já estão em 82 países e a tendência de ascensão é muito grande, especialmente para os países da Ásia e da América do Sul.
Segundo informações do Relatório Mundial de Energia Eólica, os aerogeradores eólicos já geraram cerca de 340 terawatts-hora de energia no mundo em 2009. Essa produção, que é suficiente para suprir a necessidade energética da Itália por um ano, deve-se em boa parte ao crescimento acelerado da Ásia nos últimos anos, assumindo a liderança da produção entre os continentes.
Uma prova desse crescimento foi o percentual dedicado ao continente na instalação de novas turbinas. Cerca de 40% dos novos cata-ventos estão na Ásia, a maioria deles na China."O governo reconheceu que a energia eólica é barata, renovável e limpa", definiu Stefan Gsänger, secretário-geral da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA) sobre a ascensão chinesa no mercado, tornando-se uma das cinco maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo.
Nas zonas rurais, a Ásia também conseguiu adotar a energia eólica. Foram instalados microparques eólicos em áreas sem acesso à rede eletrica, o que melhorou a vida dos agricultores mais distantes do centro.Cata-ventos menores conseguem gerar até 2KWh nessas regiões e podem abastecer quase um vilarejo inteiro.
O custo de 800 a mil euros facilita a intalação dos microssistemas e como a China possui ainda milhões de pessoas que vivem sem energia, esses recursos, que podem ser facilmente exportados, devem ser muito utilizados no futuro, estimou a WWEA.
Já a tradição europeia de investir na energia dos ventos vem declinando. O potencial eólico do continente tem diminuido bastante, o que caiu o número de novas intalações para apenas 27%. Com a queda, é a América do Sul o novo foco da energia eólica. Porém, o atraso econômico e político desses países podem dificultar uma maior ascensão da produção eólica no mundo.
América Latina
"A América Latina tem grande parte de sua matriz abastecida por energia hidroelétrica, e assim dispõe também de energia comparavelmente limpa", explicou Trudy Könemund, da Sociedade Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) no Chile sobre a ainda pequena produção eólica dos latino-americanos.
Já para Ralf Heidenreich, porta-voz de projetos Juwi, os problemas estão basicamente na implantação."As condições para construir novas usinas ainda precisam melhorar um pouco".
Apesar desses problemas e do lento desenvolvimento latino-americano,que em 2009 só teve 2% do total de novos aerogeradores eólicos instalados, a expectativa é grande. Cada vez mais usinas eólicas são instaladas no continente, o México quintuplicou o número de turbinas em 2009 e o Chile, que já possui seis eólicas construidas, planeja instalar mais 20 delas. Além disso, o Brasil já instalou 44 usinas de energia eólica pelo país e os projetos de construção de novas usinas prometem sair do papel em 2011.
Potencial brasileiro
O grande potencial brasileiro, calculado em 300 mil MW, na geração de energia eólica deverá ser utilizado pelo país ainda este ano.Projeção do EPE (Empre de Pesquisa Enegética) aponta crescimento de 320% da capacidade instalada das usinas eólicas ao longo desta década.
O Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia), que fomentou a demanda no segmento, pemitindo a queda de preço, calculou que só em 2011 estão previstos mais 510 MW distribuídos por 14 parques eólicos no Brasil, num total de1.440 MW de energia.
A expansão dessas usinas, garantidas por meio de leilões pelos próximos três anos, deverão atingir um potencial total de 6.041 MW em 2019, quase equivalente aos 6.400 MW das usinas de Santo Antônio e Jirau que estão sendo erguidas em Rondônia.
Escassez africana
A escassez de recursos da África impede a instalação das turbinas eólicas. No continente, a taxa de crescimento nos últimos anos é insignificante. Ralf Heidenreich explica que o principal motivo é a falta de infra-estrutura do continente: "A energia precisa ser canalizada de alguma forma".
A melhor alternativa para o continente parece ser a instalação das pequenas turbinas, como as da Ásia, e a fabricação de componentes para turbinas nos próprios países, como já existe no Egito. "É importante desenvolver uma cadeia produtiva no próprio país", sugere Gsänger. "Assim as usinas eólicas podem ter uma vantagem em relação ao petróleo".
Segundo a WWEA, a potência gerada pelas usinas eólicas no mundo dobra a cada três anos, o que torna essa energia limpa uma alternativa para o fim dos combustíveis fósseis.
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