Lideranças indígenas da região do alto Xingu entregaram na tarde desta terça-feira uma carta assinada por dezenas de entidades contrárias à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu.
Depois de fazerem uma manifestação na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, dez representantes indígenas foram recebidos pelo secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, Rogério Sotilli, e pelo secretário nacional da Articulação Social, Paulo Maldos.
No documento, que eles pediram para ser encaminhado à presidente Dilma Rousseff, os movimentos contrários à usina parabenizam Dilma pela eleição, apontam "relações promíscuas" entre o setor elétrico do governo, "comandado atualmente pelo grupo Sarney do PMDB, e grandes empreiteiras, a maioria delas "grandes doadoras para campanhas eleitorais, inclusive as do PT e do PMDB".
A carta endereçada à presidente diz que os impactos sociais e ambientais da obras são subestimados e que, se levada adiante, a construção causará sérios danos às populações ribeirinhas e aos índios. Para os integrantes do movimento Xingu Vivo, Belo Monte terá uma reduzida capacidade de geração de energia em relação à capacidade instalada. As lideranças pedem uma democratização no planejamento energético e o cancelamento definitivo de Belo Monte.
O cacique Ireo Kaiapó disse que, se a construção for mantida, haverá muito prejuízo para sua tribo.
- Se a barragem acontecer, vai ter problemas. Vai ter briga, morte, doenças, prejuízos. Onde o índio vai viver? Será que vai morar em Brasília? Nós não queremos.
Kaiapó disse que os dois representantes do governo receberam a carta e se comprometeram a entregar para a presidente. A ideia é constituir um grupo de trabalho para discutir o assunto.
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